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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2009 Margaret Way Pty., Ltd.

© 2015 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Amigos de infância, n.º 1175 - Setembro 2015

Título original: Outback Heiress, Surprise Proposal

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Publicado em português em 2009

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Bianca e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-7175-5

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Prólogo

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Epílogo

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Prólogo

 

Tudo aconteceu de forma inesperada. Estava a celebrar-se uma reunião importante da empresa mineira Titan. A irritação do director da empresa e patriarca da família mais rica do país, sir Francis Forsyth, era cada vez maior. O seu filho e herdeiro expressara os seus receios.

O idoso franziu o sobrolho e dirigiu-se ao seu filho num tom de voz que suscitou sentimentos de pena nos outros membros do conselho. Aquele empenho em humilhar Charles não era mais do que um castigo. A crença geral era que Charles tinha de suportar o castigo do seu próprio pai, para quem era uma tremenda desilusão que raramente se incomodava em esconder.

Era isso que estava a acontecer nesse preciso momento.

– Charles, quando vais aceitar que és dispensável? – perguntou sir Francis, tirando os óculos. – Porque é isso que és. Não és o tipo de homem que encontra soluções para os problemas. Eu sou a tua fonte de ideias. Não me faças estas sugestões idiotas. Os lucros são a coisa mais importante para um homem de negócios. Isso e manter os accionistas contentes. No entanto, tu continuas... – calou-se bruscamente ao ser interrompido por uma voz suave, arrebatadoramente atraente. – O que se passa, Bryn? – perguntou sir Francis, dirigindo-se ao jovem que estava à sua direita com uma paciência exagerada.

Bryn Macallan era o neto brilhante do seu falecido sócio, sir Theodore Macallan, co-fundador da Titan. Todos os membros do conselho eram dessa opinião. Sir Francis também o admirava muito, contudo, também tinha medo dele. Bryn Macallan, que criara uma boa reputação quando ainda era muito jovem, era um sucessor digno do seu avô. Para além disso, desde a sua chegada, começara a pôr um travão ao controlo arbitrário que sir Francis exercia sobre a empresa desde a morte de Theo uns anos antes. Bryn Macallan ia ser a cabeça da empresa e não havia nada que Francis Forsyth pudesse fazer a esse respeito.

Seria justiça poética?

– Eu gosto de algumas das sugestão de Charles – disse Bryn sem se deixar intimidar pela atitude do director da empresa. – Temos um dever para cumprir para com os nossos empregados. Temos o relatório de segurança do perito sobre Mount Garnet. Todos tivemos tempo de o ler – olhou para todos os presentes. – Eu gostava de expressar alguns dos meus receios e também quero fazer algumas sugestões a respeito de como vamos fazer as mudanças necessárias. Todos os olhares estão postos sobre nós. Temos uma grande responsabilidade e penso que todos somos conscientes disso.

Vários membros, os mais poderosos e influentes, assentiram.

Bryn Macallan, com apenas trinta anos, era muito respeitado por todos. A sua aparência, a sua maneira de falar e a sua inteligência formidável recordavam o seu falecido avô, muito querido por todos. Bryn Macallan encabeçava a nova geração de herdeiros e superava Charles em todos os sentidos.

Francis Forsyth era muito consciente disso.

– É claro, Bryn – disse com suavidade, sabendo que as recomendações de Bryn eram positivas, mas menos prejudiciais para a Titan.

Tinha de lhe prestar atenção.

– Todos estamos ansiosos por ouvir as tuas sugestões, mas não as tolices de Charles. A culpa não o deixa pensar com clareza.

Charles ficou petrificado.

– Porque me fazes isto, papá? – perguntou num tom de voz que soava a birra infantil. – Nunca me fizeste um comentário positivo.

Furioso, sir Francis olhou para ele.

– A última coisa de que precisas é de um comentário positivo – disse ao seu filho com raiva. – Não queres entender – parou e tentou respirar fundo, contudo, acabou por sofrer um ataque de tosse violento.

Bryn Macallan foi o primeiro a reagir.

– Chamem um médico! – gritou, levantando-se. Tinha a certeza de que era alguma coisa grave.

Antes que conseguisse aproximar-se de sir Francis, o idoso caiu. O seu rosto estava pálido.

A vida de um dos homens mais ricos e influentes do país acabara.

Bryn tentou reanimá-lo enquanto esperavam pela ambulância.

Os enfermeiros nem demoraram seis minutos, contudo, assim que chegaram, aperceberam-se de que o «Homem de Ferro» estava morto.

Perplexo e emocionado perante a violência do que acontecera, Charles permanecia sentado, imóvel e em silêncio. A verdade era que sempre pensara que o seu pai ia viver para sempre.

Bryn Macallan teve de assumir o controlo da situação. Embora partilhasse a emoção geral, não sentia uma grande tristeza. Sir Francis Forsyth sempre fora um homem implacável, inteligente, mas culpado de muitos pecados. Utilizando a longa amizade que o unia à família Macallan, fizera-lhes muito mal depois da morte do seu avô.

– Frank sempre foi um potencial criminoso – dissera-lhe a sua avó depois do funeral do seu avô. – Era Theo, um homem cuja honra igualava a imoralidade de Frank, que controlava a sua crueldade. Agora Frank tem as rédeas. Ouve-me com atenção, Bryn, querido. Os Macallan têm de ter cuidado.

A sua avó tivera razão. Desde aquele momento, a rivalidade e o ressentimento tinham minado todas as acções conjuntas dos Forsyth e dos Macallan. Contudo, as duas famílias estavam unidas pela empresa.

Os Forsyth tinham a sua visão das coisas. Bryn Macallan tinha a dele.

 

 

Frank Forsyth e Theo Macallan, geólogos e amigos da universidade, tinham criado a Titan no final dos anos sessenta. Com a ajuda de um rastejador de origem aborígene, Gulla Nolan, tinham descoberto um fabuloso depósito de minerais de ferro no remoto noroeste do estado da Austrália ocidental, uma região que representava um terço de todo o continente. Assim a Titan transformara-se numa empresa poderosa.

Numa questão de minutos, a morte do «Homem de Ferro» foi comunicada em todas as cadeias de televisão, na rádio e na Internet. Todos os amigos mais próximos foram informados imediatamente. A única pessoa que não estava presente em Perth, a capital do estado, era Francesca Forsyth, a filha do segundo filho de sir Frank, Lionel, que falecera juntamente com a sua mulher num acidente de avião a caminho de Alice Springs, deixando-a órfã com cinco anos.

O seu tio Charles e a sua esposa Elizabeth tinham-na criado como a sua própria filha, Carina, três anos mais velha do que a sua prima. Carina fora criada para se transformar na herdeira do império Titan e Francesca, que fugia de todo o protagonismo, sempre fora «a outra».

O que as pessoas não sabiam era que Carina Forsyth, por muito privilegiada que tivesse sido, sempre sentira uns ciúmes profundos da sua prima, embora se esforçasse em ocultá-lo. Ao longo dos anos, conseguira aperfeiçoar a técnica de esconder a sua verdadeira natureza a favor do papel de prima sábia. No entanto, Carina estava empenhada em destruir qualquer vestígio de felicidade que a sua prima pudesse ter. Convencera-se a si mesma de que Francesca lhe roubara o amor da sua mãe. A triste verdade era que, embora Elizabeth Forsyth amasse a sua filha e se esforçasse muito por o demonstrar, a pequena Francesca, a «filha da luz», conquistara o coração da sua tia com a sua doçura.

Francesca, inteligente e intuitiva, sempre fora consciente da maldade da sua prima e, por isso, aprendera a não acordar a cólera desta desde muito pequena. Assim tentava sempre evitar ser o centro das atenções. Carina Forsyth era a herdeira Forsyth, contudo, não valorizava o facto de Francesca nunca ter tido nenhum problema com isso. A riqueza podia ser uma bênção ou uma maldição, dependendo do ponto de vista. Transformar-se em herdeira nunca estivera entre os objectivos de Francesca.

As jovens também eram diferentes de aparência. A sua beleza não era uma simples invenção dos meios de comunicação social. Carina era a mais exuberante, uma loira de olhos azuis, alta e com curvas, que possuía todo o aprumo da alta sociedade. Francesca, pelo contrário, tinha o cabelo preto e a pele bronzeada. Os seus olhos, que não eram cinzentos nem verdes, adquiriam a cor da roupa que vestia. Nos eventos públicos, as jovens sempre tinham desempenhado o papel que o seu avô esperara. Carina era segura da sua perfeição resplandecente, digna de uma «showgirl», conforme diziam alguns, e Francesca sempre irradiara um ar de refinamento que conquistava mais do que um simples toque de mistério. No entanto, embora Carina tirasse partido da sua aparência esplêndida, Francesca decidira acalmar a sua beleza por razões óbvias.

O grande problema era o facto de ambas as mulheres estarem apaixonadas pelo mesmo homem. Bryn Macallan. Carina não se incomodava em ocultar os seus sentimentos e tratava Bryn de forma possessiva. Assim, todos pensavam que existia uma grande intimidade entre eles e Francesca sofria em silêncio há muito tempo. De facto, passava a vida a recompor o seu coração feito em pedacinhos. Bryn preferia Carina e não podia fazer mais nada senão aceitá-lo, embora isso envolvesse ocultar os seus verdadeiros sentimentos. Sabia o que aconteceria se mostrasse o que sentia. Só podia haver um resultado.

Carina conseguia sempre o que queria.

 

 

A herdeira Forsyth estava na mansão familiar, contudo, Francesca estava em Daramba, a representar a empresa no Channel Country de Queensland. Francesca, que sempre fora uma artista com talento, formada em Direito, interessava-se em promover a arte dos aborígenes e agia como comercial e conselheira para a venda das obras de arte. Apesar de só ter vinte e três anos, tinha um grande sucesso no seu trabalho.

Ao contrário da sua prima, Francesca sentia o peso de uma grande fortuna e queria dar alguma coisa em troca. A força que impulsionava o seu compromisso com a comunidade era o seu desejo de fazer coisas boas.

Alguém tinha de a informar da morte do seu avô e levá-la de volta a casa. Bryn Macallan ofereceu-se para o fazer. O neto de Theo Macallan era um piloto experiente e podia deslocar-se no jacto da empresa com toda a facilidade. Toda a gente concordou que ele era a pessoa ideal para lhe levar a notícia.

Frank Forsyth sempre sonhara com um casamento entre a sua neta Carina e o neto Macallan, contudo, o seu desejo nunca fora realizado. No entanto, todos os membros das duas famílias rivais eram conscientes de que Bryn e Francesca partilhavam uma ligação especial, capaz de resistir às tensões familiares.

Bryn Macallan era, portanto, o homem adequado para levar Francesca para casa.